Como ele tem doença congênita, Síndrome do Citomegalovirose, o convênio pediu para levá-lo para o médico avaliar e se eu tinha colocado todas as deficiências.
Toda vez que nós temos que levar o Eduardo ao médico ou Pronto-Socorro é muito complicado, começando que ele não quer colocar o tênis, só consigo por no carro.
Antes ele gostava de passear de carro, agora, para colocá-lo dentro é uma luta, não quer entrar de jeito nenhum.
Precisamos usar muita força, se conseguimos colocar uma perna, ele tira o braço.
O Eduardo resiste, empaca, sai andando, fica bravo, empurra a gente.
Uma coisa tão simples, entrar no carro, se torna uma batalha, ficamos cansadas antes de sair de casa.
Quando chegamos no hospital, precisamos ficar andando com ele no corredor porque ele não tem paciência, não senta, quer ir embora, sente-se inseguro por ser cego e surdo e por que saiu da sua zona de conforto.
Como chegamos cedo, solicitei ao recepcionista para passar o Eduardo na frente por estar impaciente e por ser especial.
O recepcionista liga para o médico e fala assim: a acompanhante solicita passar antes do horário porque está impaciente e o Eduardo é especial.
Quase voei no pescoço dele, de tanta raiva.
Ninguém sabe todo o trabalho que meu filho dá só para sair de casa, é um stress, um cansaço físico e mental, ele arranha, empurra com toda a força, fica irritado e agressivo.
Eu e a Dani ficamos cansadas com toda essa luta e o recepcionista fala que eu estou impaciente?
Para melhorar o dia, o médico chamou e falou para o Eduardo sentar na cadeira, só rindo para não chorar, ele fica inquieto, quer sair.
Não levou nem dez segundos para o médico dispensar o meu filho, porque viu a reação do Du, tivemos todo esse trabalho para quê?
As informações sobre ele sou eu, a mãe, que cuida e sabe tudo o que acontece na vida dele.
Enfim, sai da sala do médico e fui me encontrar com a Dani e o Eduardo no estacionamento. Quem disse que conseguimos colocá-lo no carro?
Precisei pedir ajuda para o rapaz que cuida do estacionamento, ele disse: nossa ele tem força né! Pois é...
Chegamos em casa muito cansadas, como se tivéssemos corrido a maratona.