sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um dia de cão, um dia atípico

Hoje vou compartilhar com vocês o que aconteceu ontem, depois volto a contar a história do Du.

Um dia de cão, um dia atípico
O Eduardo acordou às três e meia da manhã e não quis mais dormir, tomou o café da “madrugada”, banho e deitou, depois almoçou e ficou agitado. Ele queria sair de casa, queria ir para onde? Só Deus sabe.
A rotina que ele está acostumado a fazer mudou, resolveu querer sair de casa. Eu tive que trancar a porta do quarto dele e ficar junto por que senão, ele tirava a roupa, batia a mão na parede, tentava arrancar o fecho da porta.
Dei groselha para imitar o remédio, sopa,água, gelatina,nada resolvia. Ficava na porta tentando abri-la, nada tirava ele da porta. O Du estava muito agitado, tentei brincar de esconder uma bola de tênis na roupa dele, durou uns cinco minutos.
Deitava com ele fazendo carinho, logo ele ia para a porta querendo sair.
Foi um sufoco segurá-lo, tive que dar mais remédio,o que não resolveu nada, só deixou-o mais irritado, por que ele lutava contra o sono. Não podia sair de perto dele, fiquei de ‘castigo’ no quarto com ele até as seis da tarde, esperando à hora do jantar, por que depois disso ele toma a vitamina de fruta e os remédios para dormir.
Foi um dia de cão. Não pude fazer nada.
Fico imaginando essas mães que tem filhos normais e não tem paciência com eles, reclamam que dão trabalho, batem, gritam, espancam, xingam, por que as crianças são curiosas e estão descobrindo o mundo.
Difícil é ter um filho como o Du, que do nada muda totalmente a rotina, e fica complicado entender o que se passa na cabeça dele. Nada está bom para ele, fico impotente sem saber o que fazer.
Literalmente, foi um dia de cão, um dia sem nenhum sentido.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dos dois aos três anos

Alimentação
Sempre foi difícil dar comida para o Du, ele não sentia fome, vomitava, tossia, não conseguia engolir a comida. Até hoje, de vez em quando, ele faz isso.Precisa alguém segurar ele para que eu pudesse dar a comida e depois tinha que tampar o nariz para ele engolir, por que o Du ficava com a comida na boca.
Para conseguir que o Du chegasse aos sete kilos aos dois anos para a cirurgia cardíaca foi complicado, por que ele tinha anemia. E se tomasse remédio à base de ferro, vomitava, dava diarreia. Tinha que fazer suco de beterraba, cenoura e laranja todos os dias, sopinha tinha que ser pastosa.
Sono
O Du sempre teve dificuldade para dormir, duas horas de sono eram suficientes para ele. Aqui está uma mãe que tem um único desejo: dormir tranquilamente. Faz anos que não sei o que é isso.
Aos Dois anos
O Du conseguiu engordar sete kilos e foi recomendado cirurgia. Primeiro precisou fazer cateterismo de balão. Colocariam o cateter com um balão na ponta e insuflariam no buraco do coração para saber se ele agüentaria a cirurgia. Existia o risco de meu filho morrer nesse exame. Se não operasse também corria risco de vida por que se pegasse uma gripe forte o coração não resistiria. Eu estava muito angustiada, ansiosa e naquele dilema: Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, ou seja, sem saída.
Graças a Deus deu tudo certo e a cirurgia cardíaca foi marcada.Foram 11 dias de espera até que foi feita a cirurgia. Quando o Du saiu o anestesista disse que o buraco era grande, mas que foi um sucesso a cirurgia.
Foi para a UTI e quando fui visitá-lo, a enfermeira disse que o Du deu um grande susto na equipe médica por que ele acordou, e tentou arrancar o cateter, e pular da maca, e como ele era pequeno não achavam que precisava ser amarrado.
Depois da cirurgia Eduardo ficou um furacão, sempre foi um bebê ativo, não parava, aprendeu a engatinhar de ré, subia no sofá, descia, e era rápido para se locomover. Agora tinha bastante energia, não se cansava, não conseguia ficar sentado na cadeira, era uma luta para dar comida.
O que ele mais gostava era ficar pendurado de cabeça para baixo e ainda ficava balançando e conseguia controlar o corpo, subia, descia escada deslizava pelo corrimão, pulava do berço era muito ágil.
Quando levei no neurologista, o Edu fez ECG e o resultado deu alterado e descobri que ele tinha Hiperatividade. Por isso que tem dificuldade para dormir, ficar quieto, um brinquedo durava dois segundos nas mãos dele, por que tirava as rodas e jogava fora. Como eu sei que eram dois segundos?  Eu um dia marquei no relógio para saber o tempo de concentração dele.
Com três anos Eduardo começou a tomar medicamento para controlar a agitação, e também para evitar crise convulsiva.