Este Blog Ser Diferente-Citomegalovírus,conta a história do meu filho Eduardo, para divulgar e prevenir as mulheres sobre o CMV, e as sequelas que ocorrem no bebê infectado na gestação. Desejo que este Blog ajude as pessoas que buscam informações sobre o CMV.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
Ser Diferente- Citomegalovírus: A dor do luto
Ser Diferente- Citomegalovírus: A dor do luto: A dor do luto A dor do luto é uma dor terrível porque é uma dor na alma que vem em ondas a menor lembrança do meu filho amado Edua...
A dor do luto
A dor do luto
A dor do luto é uma dor terrível porque é uma dor na alma
que vem em ondas a menor lembrança do meu filho amado Eduardo.
Os parentes, os amigos querem que eu saia, converse como se
tudo tivesse voltado ao normal, acham difícil de compreender que nada mais vai
ser como era e que eu preciso viver essa dor do luto.
Na minha vida existe antes, depois e depois do Eduardo.
Antes do Eduardo, eu tinha sonhos, planos de fazer
uma pós-graduação.
Depois, quando
o Eduardo nasceu os sonhos se foram por que tive que aprender a lidar com um
filho com múltiplas deficiências, várias internações com risco de morte.
Eu aprendi sobre a síndrome do Citomegalovírus (CMV) que a
trinta anos atrás pouco se sabia desse hiper vírus que não tem vacina ainda
hoje, não tinha ainda um tratamento que hoje se faz com remédio para diminuir
as sequelas.
A aceitar o Eduardo do jeito que era, totalmente dependente
e lutar para dar uma melhor qualidade de vida para ele tive que renunciar as
férias, feriados, sonos e viagens. Ensinando o meu filho a se comunicar,
aprendendo as duras penas o que ele queria, o que o incomodava, as mudanças de
comportamento e humor sem a comunicação verbal. Só um amor incondicional para
entendê-lo, um relacionamento que no início foi difícil por que o Eduardo não
gostava de contato, de beijos, não mamava muito, só chorava dia e noite.
Tinha que guiá-lo por que era cego e surdo, tirando os
móveis do caminho, adaptando a casa para ele com grades, porta vazada no quarto
dele, acostumando a ter móveis, luminárias, louças que ele quebrava quando se
deparava com eles. Eu tinha que ficar sempre prestando atenção a qualquer
barulho que ele fazia no quarto, sinal que estava aprontando uma. Tinha que
ficar junto dele por muito tempo, era um grude.
Eu vivi durante trinta anos dessa forma, sem planos sem
expectativas, vivendo um dia de cada vez, sem saber como começaria e terminaria
o dia. Minha vida nunca foi normal.
Depois do falecimento do Eduardo, uma parte de mim
morreu também, ficou um imenso vazio difícil de preencher, eu não sou mais a
mesma, não dá para voltar ao normal já que a minha vida durante trinta anos foi
anormal.
Essa dor do luto é uma fase de depressão e reflexão, um encontro
comigo mesma, um tempo que eu necessito de tranquilidade de ficar só, elaborar
as minhas emoções, os pensamentos, não fazer nada.
Aceitar que essa dor da perda vai estar em mim, as
lembranças do Eduardo vão tocar o meu coração, vão me deixar triste e com
muitas saudades.
Eduardo meu filho te amo eternamente!
Assinar:
Postagens (Atom)