O Eduardo continua dormindo pouco, duas ou três horas no máximo.
Quando era pequeno como era difícil dar comida para ele, travava a boca, cuspia, vomitava.
Tinha dias que não tomava sopa, só o mingau de frutas. eu ficava muito preocupada com a saúde dele.
Agora houve uma mudança, come de três em três horas de dia, de noite e de madrugada.
Ele acorda para comer às três da madrugada, às 6 da manhã e segue durante o dia e à noite.
Depois de adulto, virou nenê, parece um relógio, por isso que só durmo duas a três horas de madrugada.
É uma caixinha de surpresa porque pode mudar tudo de novo.
Nós mães de especiais é que nos adaptamos aos filhos especiais, porque eles são diferentes, vivem em um mundo próprio, com regras próprias.
Tentar educar para viver na sociedade é muito difícil, repete-se uma infindável de vezes,até eles aprenderem a se adaptar nesse mundo.
Aprender os comportamentos mínimos, como, andar, comer, dormir, ir ao banheiro é uma verdadeira estratégia e repete-se 'n' vezes até aceitarem o novo comportamento.
Quando consigo é uma vitória, e só eu sei o quanto de treinamento custou esse progresso.
Vivo de passinho em passinho, com vitórias e fracassos por que estou descobrindo a cada dia o que o Eduardo consegue fazer e o que não consegue depois de 'n' tentativas.
Lidar com as frustrações é um aprendizado para aceitar as limitações (que são muitas) do Eduardo, como por exemplo: ele nunca vai tomar banho sozinho, nunca vai comer sozinho, nunca vai se adaptar a sociedade. Não existe um cérebro desenvolvido, como diz o psiquiatra dele, que cérebro? é cheio de buracos,as calcificações cerebrais tomaram conta impedindo que houvesse um processo mental.
Por mais difícil que seja, pelo trabalho que dá, viver 24 horas atenta, não importa, o meu amor é incondicional.
Eu fiz, faço e farei todos os dias as mesmas rotinas para manter o Eduardo com bem-estar e qualidade de vida.